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A importância da avaliação econômico-financeira para os negócios de produtores e agroindústrias

Entrevista de nossa CEO, Dra. Claudine Pinheiro Machado, acerca da importância crucial de uma correta avaliação econômico-financeira para a concretização de negócios no agro.


http://www.editoragazeta.com.br/avaliacao-economico-financeira-e-essencial-para-os-negocios-de-produtores-e-agroindustrias/


Valuation é a principal métrica utilizada por investidores para analisar o valor de um negócio sendo a mais completa e adequada, pois estima a capacidade futura da empresa/fazenda de gerar lucros

Muitos empresários rurais quando desejam expandir seus negócios geralmente buscam recursos nas instituições bancárias ou financeiras. Contudo, alguns deles muitas vezes não sabem suas reais necessidades, pois desconhecem os números do empresa/fazenda e o valor do patrimônio. Nesses casos, a mais eficiente alternativa é realizar uma avaliação econômico-financeira (valuation), principal métrica utilizada por investidores e pelo mercado para analisar o valor de um investimento ou negócio. A valuation é a base para qualquer negócio assim, é o primeiro passo para se construir uma estratégia de expansão, na qual o investimento buscado ou a parceria almejada façam sentido financeiramente, isto é, que gerem lucros para as partes envolvidas. “Sem uma avaliação econômico-financeira, o produtor não tem perspectiva alguma de sua atividade. Ele está totalmente no escuro. Não se sabe se é um bom negócio, se a lucratividade é a adequada para a indústria e para o mercado em que atua ou quais as possibilidades de expansão. Obter um valuation correto é a primeira diferença entre amadores e profissionais”, diz Claudine Pinheiro Machado, economista, doutora em agronegócios e CEO da boutique financeira, Pinheiro Machado. Ainda segundo a economista, para oferecer o crédito oficial, o banco está interessado tão somente em obter garantias do tomador para honrar o seu empréstimo. “No mercado, os investidores querem saber, antes de mais nada, o valor do negócio proposto e a sua capacidade de gerar lucros, fatores esses que, por sua vez, determinarão o apetite de risco do investidor. E esse apetite por risco é o que vai determinar os termos do negócio, como juros, prazos, condições, garantias”, destaca. A avaliação econômico-financeira não é apenas a mais completa, mas é a única adequada. Nesta avaliação, entram elementos mercadológicos, custos de oportunidade, entre outros. Fundamentalmente, nela busca-se estimar a capacidade futura da empresa de gerar lucros, e, portanto, o valor global do investimento ao longo do tempo em determinados cenários macro e microeconômicos. É importante diferenciar a avaliação econômico-financeira de uma mera avaliação contábil, que é muito mais simples. Na avaliação meramente contábil, computam-se apenas os ativos e passivos diretos da empresa, sem analisar o potencial dela em dado mercado em certo momento. Além disso, não analisa o efeito da concorrência na capacidade da marca de gerar lucros futuros. “Não é, portanto, a avaliação mais indicada para quem busca fazer negócios, construir parcerias, levantar investimentos”, diz a especialista. Na avaliação econômico-financeira há um componente de modelagem financeira, no qual se constroem cenários hipotéticos de como o negócio vai se desenvolver ao longo do tempo. Esta é a principal métrica para a tomada de decisões estratégicas no mercado. “Em outras palavras, a avaliação contábil da empresa é um dos instrumentos utilizados no valuation para construir uma modelagem financeira para o negócio proposto”, acrescenta a doutora.

O passo a passo A avaliação econômico-financeira é um procedimento bastante técnico. Inicialmente, é preciso calcular uma série de métricas específicas para o negócio em questão, de forma a calcular o seu fluxo de caixa real. Entre essas métricas, por exemplo, estão os custos de capital e de participação de uma empresa, opex, capex, além do seu “beta”. O “beta” é o número que mede a flutuação do valor de uma empresa em relação à flutuação geral do mercado. É uma métrica fundamental para se avaliar o risco do negócio. A forma de cálculo do “beta” difere um pouco dependendo de ser a companhia de capital aberto ou fechado. Uma vez calculadas essas métricas, passa-se para a fase de modelagem financeira, na qual se constrói um modelo técnico para estimar o valor dos fluxos de caixa futuros da empresa, com o objetivo de chegar a uma avaliação final (terminal value) do negócio ao longo do tempo, em diferentes cenários hipotéticos. “A modelagem financeira, assim, é um instrumento fundamental para a tomada de decisão eficiente de um negócio. É somente com uma modelagem financeira eficiente na mão que o empresário, o produtor rural ou agroindústria pode decidir qual é a melhor estratégia de crescimento e expansão do seu negócio”, acrescenta a especialista. É importante deixar claro também, que uma modelagem financeira tem prazo de validade. Isto é, qualquer evento disruptivo no mercado exige que a modelagem seja refeita. “Por exemplo, nós recebemos muitos projetos datados antes da eclosão da pandemia, cujos dados não tem mais valia diante das profundas implicações que a Covid-19 teve no mercado. É preciso remodelar todos esses projetos antes de apresentá-los para os investidores”, destaca a CEO da Pinheiro Machado.

Ajuda profissional é fundamental Para o produtor, empresário ou agroindústria que deseja realizar uma avaliação econômico-financeira de seu negócio o recomendável é buscar a ajuda de um profissional com expertise nesse assunto. No caso da Pinheiro Machado, boutique financeira especializada, ela conduz as valuations e constrói modelagens para seus clientes. Além disso, após a avaliação e modelagem, a firma trabalha junto com o cliente no desenvolvimento de uma estratégia sólida de expansão, visando maximizar as potencialidades de crescimento e lucratividade do negócio. Segundo a CEO, a boutique acompanha o ciclo completo do investimento. Desde a avaliação do negócio, passando pela modelagem e pela definição de estratégias. “A partir daí, buscamos investidores ou parceiros, negociamos os contratos, estruturamos o financiamento e acompanhamos o desenvolvimento do negócio ao longo do tempo. Enfim, prestamos o serviço completo de assessoria financeira”, acrescenta. A firma atua como uma inteligência financeira, pois ao contrário de bancos, por exemplo, faz avaliação e direcionamento para a real necessidade do produtor ou agroindústria. De acordo com a economista, as grandes multinacionais já têm acesso a esse tipo de serviço de “inteligência financeira” no segmento de bancos de investimentos. Por isso o foco da Pinheiro Machado está em levar esse serviço para o chamado “middle market”, isto é, produtores e indústrias de médio porte, que enfrentam desafios muito particulares, ainda mais nestes tempos de pandemia. O “middle market” tradicionalmente não tem acesso a esses bancos de investimento internacionais, e tampouco qualificam para acesso aos produtos de varejo dos grandes bancos comerciais, mais voltados para as micro e pequenas empresas. “Atuamos nesse segmento, trazendo acesso não somente a produtos tradicionalmente ofertados apenas a grandes produtores, mas também com foco especializado nos desafios particulares que as empresas médias enfrentam no mercado”, finaliza a doutora em agronegócio.

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